Delegacia de Polícia (DP) de Caldas Novas investiga crime de xenofobia praticado por candidata a vereadora

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Em Caldas Novas, candidata a vereadora é alvo de investigação por xenofobia
 
Partido afirma que Galega do Universitário é uma pessoa extremamente simples e gravou o áudio sob emoção e sem maldade
 
A Polícia Civil do Estado de Goiás, por meio da Delegacia de Polícia de Caldas Novas, instaurou procedimento investigatório preliminar, nesta sexta-feira, 20, para apurar a autoria e o suposto o crime de xenofobia  divulgado em áudio por Geila Silva de Souza, candidata a vereadora de Caldas Novas, do PSDB, que não foi eleita.
 
No áudio que circula nas redes sociais, a mulher conhecida como Galega do Universitário profere uma série de ofensas contra nordestinos. A mensagem com discurso de ódio defende represálias contra esses cidadãos que residem e trabalham na rede hoteleira do município.
 
Segundo a PCGO, as ofensas foram praticadas porque a candidata não aceitou o fato de a população não ter votado nela e em seus coligados, o que configura, a priori, a prática do crime de xenofobia, constante na lei 7.716/1989, cuja pena é de 2 a 5 anos de prisão.
 
“Em breve a Polícia Civil vai ouvi-la e concluir o procedimento”, detalhou o delegado de Caldas Novas, Carlos Ferreira. A reportagem entrou em contato com o PSDB, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria. O espaço permanece aberto para manifestações.
 
Outro lado
 
O presidente do PSDB de Caldas Novas, Ernani Afonso de Lima, afirmou a imprensa que o partido não pactua com o conteúdo do áudio, mas defende que tudo não passou de uma brincadeira fora do tom. “A Geila é uma pessoa extremamente simples e gravou o áudio sob emoção e sem maldade. Assim que tomamos conhecimento ligamos para ela e orientamos a apagar”, argumentou.
 
Ernani frisa que a candidata é baiana, fez campanha voltada para os nordestinos por quem tem muito carinho, além de ser uma pessoa extremamente querida na cidade. “Ela ajuda muitas pessoas e criou uma grande expectativa em relação à eleição. Mas assim que entendeu que foi interpretada da forma que aconteceu ficou arrependida”, acrescentou o presidente municipal do partido.
 
Ainda de acordo com o tucano, a sigla é formada por nomes tradicionais na política de Caldas, que prezam pelo cumprimento da lei. “Por isso agimos rápido e explicamos a situação para a Geila, que disputou a eleição pela nossa legenda. Mas volto a destacar que se trata de uma pessoa muito caridosa e sem maldade no coração”, encerrou Ernani ao relatar que a mulher estaria muito triste com a repercussão do caso.