Profissional de saúde prepara armadilha para mapear o Aedes aegypti. Ela simula condições ideais para que o mosquito deposite seus ovos, com recipiente com água parada, que atrai o mosquito
Cerca de 80 profissionais de 12 municípios goianos, entre técnicos, coordenadores e agentes de combate a endemias, participaram da capacitação para o Projeto de Monitoramento Entomológico do Aedes aegypti, nesta última terça e quarta-feira (29 e 30/08).
O evento, realizado na Central de UBV da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), no Bairro Santo Antônio, constitui um passo importante para implantação da iniciativa que visa monitorar a densidade da população do vetor, norteando as ações de controle da proliferação do mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya.
O Projeto de Monitoramento Entomológico do Aedes aegypti é resultado de parceria firmada entre a SES-GO, Ministério da Saúde (MS) e Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), instituição que desenvolveu a armadilha de oviposição, chamada tecnicamente de ovitrampas.
A coordenadora de Vigilância e Controle Ambiental de Vetores da SES-GO, Maristella dos Santos Sasse, informa que os municípios selecionados para a realização do projeto piloto foram escolhidos conforme critérios técnicos estabelecidos pelas Notas Técnicas 33 e 37 do MS.
Entre esses critérios estão índices de infestação, número de casos de dengue notificados, disponibilidade de infraestrutura e, principalmente, o interesse das Secretarias Municipais de Saúde em implantar e executar o projeto.
MUNICÍPIOS
Os municípios selecionados para o projeto-piloto fizeram a pactuação com a SES-GO durante reunião da Comissão Intergestores Bipartite. São eles Aloândia, Buriti Alegre, Caldas Novas, Campos Belos, Goiatuba, Inaciolândia, Iporá, Joviânia, Palmeiras de Goiás, Panamá, Rio Verde e Uruaçu.
Maristella Sasse destaca que os representantes dos municípios receberam o material disponibilizado pelo MS para a implantação da técnica. A expectativa é que projeto comece a ser implantado em 1º de setembro.
A coordenadora informa que as armadilhas de oviposição simulam condições ideais para que o mosquito deposite seus ovos. Elas são formadas por um recipiente com água parada, que atrai o mosquito, e uma palheta de madeira facilita a postura dos ovos pelas fêmeas.
O consultor técnico da Coordenação-Geral de Controle de Arboviroses do Ministério da Saúde, Ricardo Augusto dos Passos, acentua que a capacitação de técnicos tem sido realizada em vários Estados brasileiros. Ele ressalta que a armadilha de oviposição é uma estratégia complementar às demais que são desenvolvidas para o controle das arboviroses.
“É uma armadilha simples, barata, de fácil utilização e extremamente sensível para coletar os ovos”, destaca. Ele também ressalta que a ovitrampas tem mostrado resultados importantes no mapeamento da infestação do Aedes.
Pesquisador da Fiocruz, José Bento Pereira Lima enfatiza que o uso da armadilha visa melhorar o sistema de controle de vetores. “Ao identificar as áreas críticas, conseguimos melhorar o controle e diminuir a infestação do vetor e, com isso, reduzir os casos de dengue, chikungunya e zika.”
Fonte: Secretaria de Estado da Saúde- SES
Foto: Stefania Nolasco